quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Dia 29/12/2010 - Um dia à toa em Cuzco ("o mano dura").

A pousada Wasichay está muito bem localizada e, quase em frente à pousada, sobe uma viela (Santa Catalina Angosta) que, passando ao lado do monastério de mesmo nome, sai já na Plaza de Armas. São 250 metros à pé até a praça saindo bem na esquina da Igreja Santa Catallina com a Catedral de Santo Domingo, que são as duas grandes igrejas que dominam a praça.

Em teoria, tínhamos internet Wifi, porém à lenha, eu descobri um computador lá no fundo da pousada onde existem apenas duas pequenas mesas para o café. A pousada é bem simples mesmo, o que vale é o preço e a localização, o quarto era grande também. Na manhã deste dia, enquanto o André dormia, fiquei lá tentando enviar uns e-mails.  Mais tarde fui lá acordá-lo, e assim tomamos nosso café, ou melhor chá (chá de coca claro).  Vocês devem estar achando que tínhamos ficado viciados né?   Na realidade é um chá normal daqueles de saquinho, pode ser que  até tenha nos deixado animados, mas não é nada perceptível.  É mais o gosto de tomar algo tão simples que fora dali é proibido!
Já as folhas de coca, que aliás ficam em um pote na mesa pra quem quiser, não deixam ninguém doidão, mais dão um "up" nos ânimos.

Hoje tínhamos a árdua missão de não fazer quase nada, a não ser comprar o óleo para a moto do André e fazermos as trocas em ambas as motos, de resto era só bater pernas e matar o tempo. Nos pareceu que seria um dia aborrecido a espera do passeio do dia seguinte a caminho de Machu Picchu.

Estava nublado e um pouco frio, assim andamos muito pelas ruas do centro e como sempre gente e carros demais para todos os lados.



Plaza de Armas vista da Catedral




À esquerda desce a a Calle El Sol





Vocês podem observar nas fotos que, quase todas as construções de alvenaria possuem uma base de pedras. Na realizade, Cuzco foi uma cidade com todas as construções em pedras nos tempos dos Incas. Quando os espanhóis invadiram estes lados, destruíram as cidades e, usaram as bases das construções antigas Incas como alicerces para suas novas construções.  Se observarmos com atenção, podemos ver os encaixes "perfeitos" entre as pedras finamente recortadas.  Não há frestas ou junções, as pedras se encaixam milimétricamente, uma perfeição.



Na plaza de Armas, a Igreja do convento Santa Catallina




Voltamos à agencia de passeios, pois ficamos devendo 100 dólares cada um. Pagamos, porém a moça não nos deu um recibo, disse que estava já no recibo total, hummmm... não gostei.

Aqui vale uma dica, quando vocês forem comprar dólares no Brasil para viajar pela América do Sul, informem isto na casa de câmbio. Existe uma série de notas de 100 dólares que ninguém aceita, é a série CB, por isto minhas notas eram todas da série HF.  As notas com as letras CB, na frente do número de série, foram muito falsificadas na América do Sul e não são mais aceitas. Você só consegue troca-las em um banco apresentando o passaporte. Já as outras são aceitas em qualquer casa de câmbio ou comércio.
O André tinha algumas da série CB.



Dizem que todo homem tem um lado mulher (eu não tenho) mas o do André gosta de umas comprinhas!
Assim, entramos em todas as lojas nas cercanias da Plaza de Armas, claro que começamos a descobrir "regalos" para levar para casa, porém eu não havia reservado nenhum lugar na bagagem com esta intenção.
Procurando o "Mercado de Cuzco" acabamos descendo a pé a Calle El Sol, lá existem vários mercados, no primeiro deles encontrei uma lojinha de camisetas, e foi aí que o bicho comprador me pegou. Devo ter ficado lá por uma hora ou mais, quando achava o modelo não achava o tamanho, ou não tinha a cor etc,. Mas os desenhos das camisetas eram muito divertidos.  No final enfiei o pé na jaca e gastei 120 soles em camisetas!

Do outro lado da avenida, ficam as ruínas do Templo do Sol que foi destruído pelos espanhóis para a construção da igreja de Santo Domingo, combinamos que depois iriamos lá visitar (o que de fato não aconteceu).
Descendo a avenida, acabamos no mercado artesanal de Cuzco, os preços no final das contas são muito parecidos e as roupas também. Em uma lojinha fomos atendidos por uma senhora muito agradável e disposta a vender, perguntei o preço de um chale e ela respondeu 80 soles.
Eu argumentei que era brasileiro, não tinha euros, aí ela me disse:  Eu sei que você é brasileiro, se fosse europeu o preço era 160!  Esperta...

Foi aí que ela me disse também que na parte da manhã o preço é um, a tarde outro e a noite, que é a hora dos gringos, o preço é muito maior. O André mesmo assim insistia em pechinchar, os dois (ele a a vendedora) eram um páreo duro. No final das contas descobrimos que, "mão-de-vaca" em espanhol é "mano-dura".  O André é um "mano-dura"!



este taxi azul é um Daewoo Tico


Eu que não ia comprar nada já estava preocupado por não saber onde enfiar na bagagem aquelas coisas todas...

Lembrando que no Peru todo, a corrida de táxi nas cidades tem um preço padrão, são 2.5 Soles, não importa a distância desde que dentro da cidade. Decidimos pegar um táxi para procurarmos onde comprar óleo de motor. O taxista nos levou para a Avenida 28 de Julio, onde acabamos achando uma loja de auto-peças e onde tinha óleo Mobil 20W-50. Além dos cartazes com "as modelos nuas" havia um que dizia:
"Atención con sus notas, cualquier billete falso que se reciba será retenido, sin devolución.
No insista o llamemos a la policía."
Quando o André tirou da carteira duas notas de 50 soles, olhei para o cartaz e lembrei do guarda lá em Tacna, por sorte não estávamos com dinheiro falso.
Pegamos outro taxi de volta, a maioria deles são Daewoo Tico (um carro miniatura) não precisa dizer que todos caindo aos pedaços.


Atrás de mim está o menu do restaurante da Plaza San Francisco




Ruínas do templo do sol

No final da Calle el Sol, o mercado artesanal

Vixe! Sai prá lá capeta!  (não adianta disfarçar, sabemos quem é)
Deixamos nossas aquisições na pousada e fomos procurar um lugar para almoçar, o André tinha visto um restaurante na esquina das Calles Granada e Del Medio, bem em frente a praça San Francisco.  O lugar é concorrido, logo descobrimos porque, tem um cardápio variado e com bons preços. Eu pedi uma Cazuela Medio Pollo, foi engraçado porque veio quase um frango inteiro na sopa, eu lutei para dar conta de "acabar" com aquele prato, enquanto o André me olhava pacientemente.


Olha a noiva na sacada (acho que ela queria um loirinho de olhos azuis)

Voltamos à Plaza de Armas, havia umas senhoras com trajes típicos e três filhotes de ovelhas, todos os turistas tiravam fotos, claro que elas cobravam para tirar fotos ao lado delas e segurando a ovelhilha.   Depois que todos os turistas tiraram suas fotos, foi a vez do André e, assim que tiramos as fotos, veio um policial e botou elas pra correr.  Elas desceram a viela do monastério com o guarda atrás gritando.
Eu, decidido a tirar minha foto, fui atrás, até que o guarda virou uma esquina e eu as chamei e falei que tirava a foto ali mesmo.  Assim que dei 2 soles para uma delas (o que todo mundo fazia) elas começaram a reclamar que era 2 para cada uma!
É assim, eu corro atrás, tiro a foto rapidinho pra não dar problema com a policia, aí elas vem querer me extorquir!


É de verdade André !

Agora sim, pose para foto



Minha vez foi meio atrapalhada
Voltamos para pousada para a difícil missão (no meu caso que sou enrolado com bagagem) de deixarmos tudo já arrumado, eu não lembro, mas demorei muito, muito mesmo para arrumar. Nossa ideia era deixar tudo no jeito, não fechamos a conta da pousada, apesar de que iríamos dormir em Aguas Calientes de 30 para 31/12. Preferimos pagar a conta de um dia, para não termos de carregar tudo aquilo para algum lugar.

Estávamos com uma preguiça, mais tínhamos que ir trocar o óleo das motos, então pegamos as ferramentas e fomos lá para o estacionamento.
Ao lado da pousada estão as ruínas Kusicancha, que não visitamos também, ali a calçada tem uma passagem em desnível onde você desce uma escada e logo a seguir sobe outra. Eu brigava com o André todas as vezes que passávamos por ali, eu sempre queria ir pelo outro lado da rua e ele sempre queria descer e subir aquele buraco, se fosse ao nível do mar eu não ligava.

Pegamos o "atalho" pela viela e como sempre tem alguém parado por la. Desta vez tinha uma senhora de idade avançada em trajes típicos e uma menina, além de outros transeuntes, passamos por elas e mais adiante o André me perguntou:  Você viu ela passando droga?  Eu disse: Quem?
Aquela senhora lá,  ele respondeu.   Infelizmente isto está em todo lugar, também com tanto estrangeiro por aqui o comércio deve ser grande. Agora, aquela senhora era "insuspeita", comentamos.

No estacionamento não foi difícil encontramos recipientes para drenar o óleo, na hora de sacar o bujão, descobrimos que faltava a chave 21, o André muito desanimado, voltou até a pousada para buscá-la.  Fizemos as trocas incluindo os filtros, lubrificamos as correntes.
Deixamos o óleo velho num galão junto com outros recipientes que estavam agrupados perto da entrada, missão cumprida, dia 1 será só ligar e rodar, agora podíamos descansar um pouco.


Trocando óleo e filtro da Suzi

Caroool, Vandaaa !   FUSCA AZUL !

Restaurante chique, só pra gringos
Á noite fomos procurar um "locutório"  (cabines telefônicas) onde paga-se de 0.5 a 0.6 soles por minuto a ligação internacional para telefone fixo. Ligamos para as famílias, estávamos com saudades mesmo.



O Scooby curtindo a vista da sacada do quarto da pousada Wasichay
Fomos jantar no mesmo restaurante onde comemos o Calzone na noite anterior.
Quando chegamos lá, a parte do fundo estava toda reservada, sentamos na frente próximo ao forno à lenha.  Jantamos muito bem outra vez.
Depois de mais umas voltas pelas ruas do centro, fomos dormir, afinal o dia seguinte seria um longo dia.

Não rodamos de moto neste dia.
O restaurante do almoço (cujo nome não me lembro) fica na esquina das ruas Granada e Del Medio, na praça San Francisco.
O restaurante da janta, na esquina das ruas Maruri e San Agustin.

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